Pai de criança que morreu afogada no interior do Ceará é solto com monitoramento eletrônico.

Mariano Rodrigues Neto, de 31 anos, pai da menina de 3 anos que morreu afogada em um açude na zona rural de Ipueiras, no Ceará, foi solto nesta segunda-feira (2) após audiência de custódia. Ele deverá usar tornozeleira eletrônica e cumprir medidas cautelares, como a proibição de frequentar bares e de circular em vias públicas sob efeito de álcool ou outras substâncias.

O caso aconteceu no último domingo (1º), quando Mariano, após consumir bebida alcoólica, levou a filha para tomar banho no açude da localidade de Vagalume. Segundo testemunhas, era comum ele entrar no açude com a filha enquanto estava embriagado. No dia do incidente, ele nadava nu com a menina, que também estava sem roupa.

De acordo com o depoimento do pai, ele deixou a filha às margens do açude para mergulhar e, ao retornar, não a encontrou mais. Ele informou a outras pessoas que estavam no local sobre o desaparecimento da menina, mas foi embora em seguida. O corpo da criança foi encontrado boiando por populares, e Mariano foi localizado horas depois pela polícia, dormindo em casa e aparentando embriaguez.

Investigação

Inicialmente, Mariano foi preso em flagrante e autuado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). No entanto, durante a audiência, o juiz considerou que há indícios de homicídio doloso, uma vez que o pai estaria ciente dos riscos ao levar a filha para o açude em estado de embriaguez.

“Entendo temerária a adequação da tipificação para homicídio culposo, uma vez que há indícios que apontam para a possível configuração de homicídio doloso. Assim, há necessidade de maior aprofundamento probatório para esclarecer as circunstâncias do fato e a conduta do apresentado”, destacou o magistrado na decisão.

O juiz também ressaltou a gravidade da conduta, apontando que Mariano, responsável pelo cuidado e proteção da filha, não apenas teria deixado de cumprir seu dever, como também a levou ao açude em condições impróprias e a abandonou.

Histórico familiar

Testemunhas relataram que o comportamento de Mariano no açude não era isolado e que ele costumava repetir ações similares em outras ocasiões. Conselheiros tutelares informaram que a mãe da criança apresentava sinais de transtornos mentais e negligenciava cuidados básicos, como a vacinação dos filhos, deixando o pai como principal responsável pelas crianças.

Apesar da liberdade provisória, o monitoramento eletrônico foi considerado necessário para evitar possíveis riscos de reiteração de condutas perigosas. O caso segue em investigação para apurar os detalhes e a responsabilidade do pai na morte da criança.

Fonte: G1 CE.

Compartilhe esta publicação

Post Author: Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *