Dois acusados de envolvimento no assassinato do coroinha Ronald Miguel Freitas de Oliveira, de 15 anos, foram condenados nesta sexta-feira (25) a um total de 56 anos de prisão. O crime aconteceu em 2019, no bairro Jacarecanga, em Fortaleza, quando o jovem foi atingido por disparos na cabeça enquanto conversava com a mãe na calçada de casa, após retornar de uma missa.
João Levi da Silva de Oliveira recebeu uma pena de 30 anos, quatro meses e 15 dias, enquanto Pedro Henrique de Morais Pereira foi condenado a 26 anos, cinco meses e sete dias de prisão. Os réus foram julgados pela 2ª Vara do Júri de Fortaleza, que aceitou as acusações do Ministério Público, condenando ambos por homicídio duplamente qualificado, corrupção de menores e envolvimento em organização criminosa.
Detalhes do Crime
De acordo com a denúncia, na noite de 24 de novembro de 2019, Ronald estava sentado em frente à residência quando foi abordado violentamente por Pedro Henrique, conhecido como “Perneta,” João Levi e um adolescente de 17 anos. O trio tomou o celular da vítima, suspeitando que nele houvesse imagens de um sinal de “V” com os dedos, que para eles representaria um grupo criminoso rival. Após examinar o aparelho, Pedro Henrique e o adolescente saíram e retornaram momentos depois, quando o adolescente efetuou o disparo fatal contra Ronald, que morreu no local.
Pedro Henrique e João Levi foram presos posteriormente, e o adolescente envolvido foi apreendido. O Ministério Público apresentou a denúncia à Justiça em janeiro de 2020, e a audiência de instrução ocorreu em agosto de 2022, com a participação de quatro testemunhas e interrogatórios dos réus.
Investigações e Provas
Pedro Henrique, que já possuía antecedentes criminais por roubo e tráfico de drogas, foi preso no mesmo dia do crime com 55 gramas de cocaína e um revólver calibre 38, a poucos metros do local onde Ronald foi morto. A perícia confirmou que os projéteis retirados do corpo da vítima correspondiam à arma apreendida, refutando a versão apresentada pelo acusado, que negava envolvimento no assassinato.
João Levi foi capturado meses depois, em abril de 2020, também com antecedentes por roubo. O adolescente, suspeito de ter feito o disparo, foi apreendido em julho de 2020, após ser identificado em uma unidade de saúde, onde tentava se passar por outra pessoa com documentação falsa.
Fonte: G1 CE.
