Homem é condenado a 16 anos de prisão pela morte da travesti Beyoncé em Fortaleza.

O Tribunal do Júri da 1ª Vara do Júri de Fortaleza condenou Josimberg Rodrigues de Abreu, nesta sexta-feira (11/10), a 16 anos e seis meses de prisão pelo assassinato da travesti conhecida como Beyoncé. O réu foi julgado por homicídio triplamente qualificado, sendo as qualificadoras motivo torpe, meio cruel e o uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Além da pena de prisão, Josimberg também foi condenado a pagar R$ 20 mil de indenização à família da vítima.

O crime ocorreu no dia 25 de fevereiro de 2017, no bairro Messejana, em Fortaleza. De acordo com a 108ª Promotoria de Justiça, Josimberg espancou Beyoncé utilizando o dorso de uma faca do tipo coifa, além de socos e pontapés. A vítima não resistiu aos ferimentos e faleceu devido a uma hemorragia abdominal fechada. O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Claro dos Santos, responsável pela acusação, sustentou no júri que o crime teve motivação transfóbica e que a vítima foi submetida a intenso sofrimento físico e psíquico.

Durante o julgamento, o promotor destacou que Beyoncé estava desarmada e sob efeito de álcool, o que, segundo ele, afastava qualquer justificativa de legítima defesa por parte do réu. A tese de defesa de Josimberg, que alegava ter agido em legítima defesa, foi rejeitada pelo Tribunal do Júri.

Dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) revelam que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, sendo que o Ceará ocupa a terceira posição no ranking nacional. Em 2022, 12 pessoas trans foram assassinadas no estado, e em 2023, o Brasil registrou 145 homicídios de pessoas trans, uma média de 11 por mês.

Fonte: MPCE.

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Post Author: Redação

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