A Justiça Eleitoral condenou o ex-vereador de Canindé, Antônio Maciel Abreu, conhecido como Giovane Lira, a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político e econômico nas eleições municipais de 2024. A decisão foi proferida na segunda-feira (14), após o Tribunal acatar integralmente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ajuizada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE).
De acordo com as investigações conduzidas pelo promotor eleitoral Jairo Pequeno Neto, titular da 33ª Zona Eleitoral, Giovane Lira utilizou um perfil pessoal no Instagram para associar sua imagem à distribuição de toneladas de alimentos do Programa Mesa Brasil, do Sesc. O ex-parlamentar teria se aproveitado do cargo e da visibilidade política para promover ações assistenciais de forma sistemática, com o objetivo de conquistar votos e reforçar sua candidatura à reeleição, prometendo a continuidade dos benefícios caso fosse reconduzido ao cargo.
Além disso, o MP apontou que o ex-vereador vinculou outras ações de caráter assistencial, como a entrega de materiais escolares, itens esportivos e obras em estradas vicinais, à sua atuação parlamentar, sempre em benefício próprio. As investigações revelaram ainda que Giovane Lira teria negociado apoio político com um empresário local, prometendo redirecionar o abastecimento de veículos da Secretaria Municipal para postos de combustíveis pertencentes ao empresário.
Os indícios dos crimes eleitorais foram reunidos durante a Operação “Cesta Limpa”, deflagrada em setembro de 2024 pelo Ministério Público Eleitoral em parceria com a Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra o ex-vereador.
Com a decisão, Giovane Lira fica impedido de disputar cargos públicos pelos próximos oito anos.
