Divisão de presos por facções em presídios fortaleceu crime organizado, alertam especialistas.

Após mais de um ano da divisão de presos por facções dentro das unidades prisionais do Estado, especialistas ouvidos pelo Tribuna do Ceará avaliam que a medida potencializou o poder das facções criminosas dentro dos presídios cearenses. Parte deles reconhece que a ação foi necessária diante das circunstâncias do sistema prisional devido à superlotação de presos e de problemas estruturais aliados ao baixo efetivo, mas entendem que o Estado assume assim sua incapacidade de controlar os internos.

Foram transferidos 4 mil detentos de diversas unidades prisionais nos dias 3, 4 e 5 de janeiro do ano passado, segundo um documento da coordenadoria do sistema penitenciário da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus). Ao todo, 261 agentes penitenciários foram convocados para realizar a ação.

No documento, a secretaria apontava a medida para “salvaguardar a integridade física dos internos”, em virtude dos massacres ocorridos dentro de presídios em outros estados nos meses anteriores, como no Rio Grande do Norte e no Amazonas. Os especialistas afirmam que tratava-se de algo provisório, mas a Sejus informou que não repassa detalhes da organização de presos por questões de segurança nem se a medida, atualmente, é temporária ou definitiva.

Para o promotor de Justiça da Corregedoria de Presídios Nelson Gesteira, a decisão foi emergencial. De acordo com ele, a superlotação, problemas estruturais e o pequeno número de agentes penitenciários dificultavam o controle dos detentos.

“Na época das realizações dessas transferência, tínhamos um número de efetivo muito inferior. Tínhamos unidades superlotadas e presos juntos de diversas facções. Essa foi a medida mais correta para evitar chacinas e mortandades dentro dos presídios. Trata-se de uma ação temporária”, ressalta Nelson.

Com informações do Tribuna do Ceará.

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Post Author: Repórter Ceará

Coordenador e Repórter.

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