A Polícia Federal cumpriu na manhã desta sexta-feira (18) mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão faz parte do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, na qual Bolsonaro é réu.
Durante a operação, agentes da PF apreenderam o celular de Bolsonaro, cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil em dinheiro vivo, além de um pendrive encontrado no banheiro da residência do ex-presidente.
Além da busca, Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, a ser instalada na sede da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal. O ex-presidente também está proibido de sair de casa no período noturno, entre 19h e 7h, inclusive aos finais de semana e feriados.
O ministro impôs ainda restrições adicionais: Bolsonaro não poderá utilizar redes sociais, manter contato com outros investigados, nem conversar com testemunhas do processo. Também está proibido de se comunicar com diplomatas e embaixadores estrangeiros.
Para Moraes, as medidas cautelares visam impedir a fuga de Bolsonaro, além de evitar riscos à ordem pública e à instrução do processo. O ministro reforçou que há indícios de tentativa de obstrução das investigações, especialmente por meio do contato com testemunhas ou outros réus.
O ex-presidente nega todas as acusações e sua defesa classificou as medidas como desproporcionais. O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que recorrerá das decisões.
O caso que atinge Bolsonaro integra a investigação sobre um suposto plano para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022. O processo tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal.
